Maria Aparecida Braga defendeu a valorização profissional e o reconhecimento da especialidade
A Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti) realizou na última terça-feira, 27, o VI Fórum de Defesa Profissional da Somiti. O encontro, que reuniu representantes de entidades mineiras e nacionais, aconteceu na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).
A presidente da Somiti, Fátima Lúcia Guedes Silva, apresentou a Sociedade e falou da importância do debate e de um consenso entre as instituições sobre os limites de atuação de seus representantes.
Segundo o conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Hermann Alexandre Vivacqua Von Tiesenhausen, para que não haja conflitos de interesse é preciso que o médico tenha consciência de que está subordinado ao Código de Ética Médica. “Não há como o CFM interferir nas atividades associativas, mas se estas atividades quebram as regras de respeito mútuo, cabe ao CFM fazer uma avaliação”, ponderou. Da mesma forma, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG), Fábio Guerra, afirmou que este é um momento de muitas mudanças, com dificuldades a serem trabalhadas. “E preciso separar as questões éticas das administrativas, que são ligadas meramente às Sociedades, devendo o Conselho atuar na orientação e na fiscalização dos encaminhamentos, frente à possibilidade de infração”.
O presidente da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Lincoln Lopes Ferreira, que também representou a Associação Médica Brasileira (AMB), falou das dificuldades atuais e da importância do cumprimento das normas estatutárias. “Os interesses individuais não podem ultrapassar os interesses da instituição que o indivíduo representa. A entidade está amparada em seus regimentos. Se há uma lacuna que não está prevista, propostas de mudanças devem ser apresentadas, conforme suas normas”.
Debate será ampliado
O representante da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) Marcelo de Oliveira Maia, elogiou a Somiti pelo trabalho independente e ativo que desenvolve na defesa profissional e afirmou que “se as Regionais atuarem em conjunto haverá um resultado positivo nacional”. Questões referentes à negociação junto ao Governo Federal, incluindo luta por um teto base para o médico intensivista, e criação da carreira de estado do médico foram apresentadas.
A gestora de qualidade da Somiti, Maria Aparecida Braga, coordenou o debate realizado após as apresentações e ressaltou os dois focos do Fórum: a importância da valorização profissional, o reconhecimento da especialidade e de uma remuneração adequada. Nesse tema, Braga destacou a necessidade de evoluirmos na carreira de estado do médico e na remuneração por resultados. Com relação ao papel dos representantes, a mudança de modelo foi abordada. “Acreditamos em um modelo de governança e escuta que nos permite evoluir de forma harmoniosa, que permita abordar imediatamente os conflitos, já que em várias situações não é possível aguardar modificações no estatuto”, avaliou. A gestora propôs a continuidade e o aprofundamento do debate e a definição de ações.
Também participaram do evento o presidente da Unimed BH, Samuel Flam, diretor do Sindicado dos Médicos de Minas Gerais, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, representante do Conselho Consultivo e Fiscal da Somiti, Waldemar Henrique Fernal, e o assessor jurídico da AMMG, Reinaldo André M. Montenegro.