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Sepse na gravidez: como abordar
15 de julho de 2020

Complicações gestacionais são grandes preocupações para gestantes e profissionais da saúde. Um dos principais problemas nesse sentido é a sepse na gravidez que, segundo a OMS, é uma das quatro maiores causas de de morte materna, assim como o aborto, as doenças hipertensivas e hemorrágicas.

A sepse materna é uma condição que resulta de uma infecção e pode ser observada em alguns momentos: ao longo da gestação, no momento do parto, no pós-parto ou no aborto.

No artigo a seguir, apresentaremos os principais sinais de sepse durante a gravidez e algumas abordagens para esses casos em atendimentos de urgência e emergência.

Boa leitura!

sepse na gravidez

Sepse na gravidez: o que é, porque ocorre, sintomas, diagnóstico e tratamento

Sepse, ou choque séptico, é uma resposta inflamatória aguda e secundária a um foco infeccioso.

Apesar de não ser considerada um grande problema por muito tempo, nos últimos anos, devido ao aumento de gestações após os 40 e a elevação dos índices de comorbidades – como hipertensão arterial sistêmica, diabetes tipo 2 e obesidade –, a condição passou a deixar a comunidade médica em alerta.

Hoje, a sepse é uma das principais causas de entradas de mulheres grávidas em UTI. A situação não preocupa apenas pelo evento em si, mas também devido às suas complicações, como:

  • Infecção fetal;
  • Possibilidade de parto prematuro;
  • Aumento da taxa de mortalidade fetal;
  • Aumento da taxa de cesariana;
  • Hipóxia e acidose.

Conhecer precisamente as particularidades fisiológicas da paciente, neste momento, é essencial para conduzir a melhor abordagem de contenção de danos e tratamento.

Sintomas e diagnóstico da sepse na gravidez

Manifestações como hipotermia, febre, diarreia, vômito, dor abdominal, rash cutâneo, tosse produtiva, sintomas urinários e corrimento vaginal suspeito são os primeiros sinais.

Pode-se observar, também, frequência respiratória acima de 20 RPM e frequência cardíaca acima de 100 BPM. Observados esses acontecimentos, deve-se agir rapidamente.

Variáveis laboratoriais complementares, como leucopenia, leucocitose, proteína C-reativa > 7, dentre outras, podem ser identificadas, sobretudo no ato da internação ou na Terapia Intensiva.

Tratamento

Quando falamos sobre sepse, o tempo bem usado é o principal recurso. Portanto, na primeira hora, as principais intervenções devem ser conduzidas sequencialmente. 

São elas:

  • Ressuscitação hemodinâmica inicial;
  • Recolhimento de culturas;
  • Administração de antibióticos de amplo espectro – Gentamicina e Clindamicina (não se deve esperar o resultado das culturas para administração);
  • Medição do lactato (maiores que 2 devem ser medidos novamente);
  • Ressuscitação volêmica, com 30 ml por quilo, de cristalóide (mesmo sem os resultados do lactato).

Passada a primeira hora, entra em vigor um conjunto de ações que serão conduzidas nas próximas seis horas.

Alguns exames podem auxiliar a terapia a prevenção, são eles: função renal e hepática, hemograma, bioquímica, coagulograma, eletrólitos, gasometria arterial, glicemia e, como apontado, culturas.

Outros cuidados podem ser tomados ao longo da internação, como:

  • Manter oxigenação adequada e vias aéreas pérvias;
  • Controlar o índice glicêmico;
  • Administrar corticóides;
  • Introduzir alimentação precoce via enteral;
  • Transfusão sanguínea, quando necessário;
  • Evitar quadro de trombose venosa profunda;
  • Evitar quadro de úlcera de estresse;
  • Conter quadros de infecções nosocomiais;
  • Cuidar do tratamento do feto.

Casos de sepse em pacientes obstétricas são delicados e exigem tratamentos muito ágeis, em curto período. Trata-se de um desafio em Terapia Intensiva e, para que profissionais de saúde tenham bom desempenho nesse quesito, é essencial uma preparação adequada.

As informações apresentadas são um guia muito resumido de um tratamento amplo e complexo. Se você deseja se especializar na área, conheça o curso Fundamentos de Suporte Intensivo Obstétrico (FCCS OB), ministrado pela Somiti!A Somiti se compromete em trazer conteúdos atualizados para sua audiência. Continue acompanhando o blog e nossas redes sociais, Facebook, LinkedIn, YouTube e Instagram, para mais artigos como este.

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