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Sepse na emergência
14 de março de 2018

A sepse é uma doença que continua a causar um número aproximado de seis milhões de óbitos em todo o mundo, a cada ano, a maioria dos quais passíveis de prevenção. No Brasil, a Sepse é a principal causa de óbitos registrados nas UTIs e apresenta uma taxa de mortalidade acima de 50%. A implantação de protocolos de identificação precoce e resposta rápida ao diagnóstico da sepse é uma das ações mais eficazes contra a doença.

 A vice-presidente da Abramede MG, Maria Aparecida Braga, afirma que  a doença é um grave problema de saúde pública em nosso meio, com elevadas e injustificadas taxas de morbimortalidade. “O reconhecimento precoce da síndrome é um dos fundamentos para redução desses números. A Somiti e a Abramede-MG, cientes da necessidade da capacitação das equipes e do estabelecimento de protocolos assistenciais nas unidades de atendimento inicial aos pacientes desenvolveu o SAVI – Suporte Avançado de Vida em Infectologia. Trata-se de curso de imersão teórico-prático, baseado em simulação realística de casos clínicos que certamente ajudará as equipes assistenciais a colocar o paciente no centro do cuidado, contribuindo para a qualidade assistencial.”  O presidente da Somiti, Hugo Urbano, acrescenta que a iniciativa visa propiciar aos emergencistas, intensivistas, hospitalistas e membros das equipes de CCIH, educação avançada em ambiente de simulação realística. “A Somiti é uma instituição sem fins lucrativos e tem no SAVI o compromisso com o ensino. Toda renda arrecadada é revertida para melhorias dos recursos e para ampliar a qualificação dos profissionais.” SAIBA MAIS

A representante do Instituto Latino Americano da Sepse (Ilas), Flávia Machado, apresentou palestra sobre o tema, durante o ’47th Critical Care Congress, Sepsis: A Threat That Needs a Global Solution.’ ASSISTA

 

1) Sepse existe e mata

A sepse (conhecida também, errôneamente, como “infecção generalizada”) é uma inflamação que acomete todo o corpo do indivíduo quando quando a pessoa tem uma infecção em determinado local ( por exemplo pneumonia, infecção urinária, meningite, etc).

Assim, qualquer infecção pode levar à sepse. Esta inflamação pode afetar os órgãos (pulmões, coração, rins cérebro, etc) e impedir o seu funcionamento correto. Por isso a sepse é uma situação muito grave que pode determinar falência de órgãos e a morte da pessoa.

2) O que posso fazer para evitar a sepse?

Como para a prevenção da maioria das doenças, a adoção de um estilo saudável de vida, com alimentação saudável, prática de atividades físicas e cuidados com a saúde mental, mantêm o sistema imune atuante. A observação de lavar as mãos com freqüência, evitar aglomerados e não expor outras pessoas a sua doença, também são medidas importantes. Prevenindo infecções, você previne a sepse. Existem disponíveis vacinas para alguns germes causadores de pneumonias, como o pneumococo. Não use antibióticos por conta própria ou prescritos por leigos. O uso incorreto de antibióticos tem aumentado as infecções resistentes aos antibióticos, agravando o problema. Além disso os hospitais devem estar em dia com protocolos de controle de infecção hospitalar e uso correto de antibióticos.

3) O que posso fazer para evitar ou reduzir os malefícios da sepse?

Se você apresenta algum sintoma ou sinal de infecção como tosse, expectoração, febre, boca seca, falta de ar, taquicardia,tontura, sonolência, alteração do estado mental como sonolência, agitação ou confusão mental, alteração da cor ou redução da urina você deve procurar imediatamente atendimento médico. Pode ser o médico de família, o emergencista, o intensivista, mas qualquer médico deve estar apto para reconhecer uma infecção e consequentemente a sepse.

O tratamento inicial consistirá fundamentalmente na realização de alguns exames, incluindo culturas para identificar o germe, hidratação e antibióticos. Nos casos graves este tratamento será feito no CTI. Se a infecção foi definida e indicado tratamento no domicilio, você pode ajudar a prevenir a sepse usando os antibióticos nas doses corretas e pelo tempo determinado pelo médico.

Atenção:

Segundo o ILAS “a sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil. Atualmente a sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. Tem alta mortalidade no Brasil, chegando a 65% dos casos, superando a mortalidade em países como a Argentina e a China. A média de mortalidade mundial está em torno de 30-40%.

A doença é a principal geradora de custos nos setores público e privado. Isto é devido a necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos caros e exigir muito trabalho da equipe médica. Em 2003 aconteceram 398.000 casos e 227.000 mortes por choque séptico no Brasil com destinação de cerca de R$ 17,34 bilhões ao tratamento.”

 

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