Por Dr. Leandro Braz de Carvalho
- Diretor Secretário da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva
- Médico Especialista em Anestesiologista e Medicina Intensiva
- Área de Atuação em Dor
- Coordenador do curso Fundamental Critical Care Support – SCCM/ Somiti
Nas últimas duas décadas, estudos relacionados à sedação do paciente grave internado em Unidades de Terapia Intensiva mudaram paradigmas no tratamento da dor e agitação desses pacientes.
Ao contrário do que ocorria até o início do século, os pacientes com condições críticas diversas não mais necessitam estar profundamente sedados durante o tratamento de suas enfermidades, podendo, agora, ser utilizada técnica de sedação superficial, mantendo-se os pacientes “conscientes, calmos e cooperativos”, sempre que possível, com melhores resultados relacionados a morbimortalidade.
Em 2013, foram publicadas as “Diretrizes para Prática Clínica da Gestão da Dor, Agitação e Delirium em Pacientes Adultos na Unidade de Terapia Intensiva”, extensa revisão de uma força-tarefa multidisciplinar da Society of Critical Care Medicine, sociedade norte-americana de cuidados intensivos. Esse grupo de pessoas, de várias instituições, analisou os resultados associados à sedação, analgesia e delirium em pacientes adultos em estado crítico. Foram levantadas relevantes questões clínicas, utilizando o método GRADE – Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (http://www.gradeworkinggroup.org) para revisar, avaliar e resumir a literatura, além de elaborar procedimentos clínicos e recomendações.
Trabalho semelhante vem sendo desenvolvido no Brasil por um Comitê de Sedação, Analgesia e Delirium, porém sem resultados publicados até o momento.
A seguir, destacaremos algumas das recomendações das Diretrizes. Não queremos esgotar o assunto ou discuti-lo em demasiada profundidade. Para os interessados em saber mais, recomendamos a leitura das Diretrizes e de outros textos sobre o assunto, colocados nas referências deste estudo, com links para o conteúdo completo de cada um deles.
Sabemos que muito ainda se discute sobre o assunto, um dos temas mais empolgantes e atuais nos Congressos e Simpósios da nossa especialidade. Controvérsias ainda existem e serão motivos de debates durante longos anos. Entretanto, já se desenha um novo caminho, em que o trabalho multidisciplinar e humanizado na terapia intensiva terá um papel mais importante que o tratamento farmacológico, para minimizar o sofrimento de nossos pacientes, reduzindo a ocorrência de dor, agitação e delirium nas UTIs.
Convido-os, depois de terminada a leitura do texto, a responderem algumas questões sobre sedação, analgesia e delirium, para avaliarem o seu entendimento sobre o assunto.
Boa leitura!
TEXTOS EM PDF:
Diretrizes para Prática Clínica da Gestão da Dor: Recomendações
Diretrizes para Prática Clínica da Gestão da Dor: Resumo
Diretrizes para Prática Clínica da Gestão da Dor: Tabelas de Medicamentos
Diretrizes para Prática Clínica da Gestão da Dor: Preguntas e Respostas
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