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Síndrome Respiratória Aguda Grave
16 de maio de 2019

Pertinente nesta época do ano, marcada pelo aumento de doenças respiratórias, o tema do módulo do dia 14 de maio do Curso para Residentes e Especializandos em Medicina Intensiva (Cremi) foi Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ministrado pelo intensivista e anestesiologista Leandro Braz de Carvalho na Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).

O médico iniciou o módulo relembrando a pandemia da gripe suína (H1N1 ou influenza A) em 2009. “Até então, não era uma doença reconhecida no Brasil como um problema de saúde pública”, diz.

O paciente zero da gripe suína foi uma criança de seis meses do norte do México, identificada em fevereiro de 2009. Nos meses seguintes, novos casos de óbito e de pneumonia relacionados à doença foram surgindo no México e em outros países. Em junho daquele ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou a pandemia, classificando-a no nível máximo de alerta.

De acordo com Carvalho, para que um vírus se torne pandêmico, é necessário emergir do seu hospedeiro natural e nunca ter infectado a espécie humana que, por sua vez, desprovida de imunidade, torna-se vulnerável. Além disso, o vírus com potencial pandêmico causa enfermidade na espécie humana e é transmitido eficientemente de pessoa a pessoa, podendo ser mais patogênico que as cepas epidêmicas.

 

Abaixo, confira mais 7 fatos relacionados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que foram apresentados durante o módulo.

 

1) Aspectos sociais influenciam bastante. A emergência de enfermidades infecciosas aplicados a influenza é estimulada por aspectos como o aumento das populações urbanas, de idosos e de pacientes crônicos; intensificação de contatos internacionais por meio de viagens e comércio de alimentos e objetos; maior contato entre humanos e animais domésticos e aumento da pobreza e da vulnerabilidade social.

 

2) Síndrome gripal (SG). Ocorre quando o indivíduo apresenta febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e ao menos um dos sintomas da cefaleia, mialgia ou artralgia.

 

3) Síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Pode acometer indivíduos de qualquer idade que atenda à definição de caso de SG e que apresente dispneia, saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou sinais de desconforto respiratório, dentre outros sintomas associados.

 

4) Outros sintomas associados à SRAG. Aumento da frequência respiratória de acordo com a idade ou piora nas condições clínicas de base em cardiopatias e pneumopatias crônicas e hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente. Em crianças, além destes itens, deve-se observar também os batimentos de asa do nariz; cianose; tiragem intercostal; desidratação e inapetência.

 

5) Há diversos grupos de risco para agravamento da SRAG. Fazem parte dos grupos de risco mais vulneráveis ao agravamento da SRAG: crianças menores de 2 anos e adultos com mais de 60 anos; gestantes e puérperas até duas semanas após o parto (incluindo mulheres que sofreram aborto ou perda fetal); obesos mórbidos, ou seja, com índice de massa corporal maior ou igual a 40 e população indígena, dentre outros.

 

6) Indivíduos com doenças crônicas são vulneráveis à SRAG. Também fazem parte do grupo de risco para agravamento da SRAG pessoas que sofrem com pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (com exceção de hipertensão arterial sistêmica); nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes) e transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, AVC ou doenças neuromusculares).

 

7) Sinais de agravamento da SRAG. Aparecimento de dispneia, taquipneia ou hipoxemia; persistência ou aumento da febre por mais de três dias (pode indicar pneumonite primária pelo vírus influenza ou secundária a uma infecção bacteriana); exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica; exacerbação de doença cardíaca pré-existente; miosite comprovada por exames laboratoriais; alteração do sensório; exacerbação dos sintomas gastrointestinais em crianças e desidratação.

ALERTA: Quando essas alterações se manifestarem em pacientes com fatores de risco para a complicação por influenza, deve-se dar atenção especial.

 

 

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