A ‘Ressincronização na Insuficiência Cardíaca” foi o tema abordado no módulo do Curso para Residentes e Especializandos em Medicina Intensiva da Somiti (Cremi), dia 26 de março (terça-feira). A aula foi ministrada pelo cardiologista Henrique Barroso Moreira, no teatro da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).
O especialista explicou que a insuficiência cardíaca é uma doença que se caracteriza pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente, sobretudo pela dificuldade desse órgão em contrair e relaxar, o que compromete a distribuição do sangue pelo organismo. Muitas pessoas que sofrem com a insuficiência cardíaca se cansam facilmente e apresentam falta de ar após esforço físico, sendo estes os principais sintomas.
Dentre as causas responsáveis pela insuficiência cardíaca estão fatores de riscos cardiovasculares como:
- hipertensão arterial,
- doenças como diabetes,
- colesterol alto (LDL alto,
- hábitos nocivos à saúde, como o sedentarismo,
- tabagismo,
- ingestão de álcool.
Prejuízos sociais e econômicos
O cardiologista iniciou o módulo abordando os prejuízos sociais que as doenças cardíacas acarretam no Brasil, nos Estados Unidos e nos demais países. Afinal, conforme ele aponta, tal categoria de doenças é responsável por afastar pessoas economicamente ativas do sistema produtivo. Consequentemente, toda a sociedade acaba perdendo com essa situação.
Nos Estados Unidos, as doenças cardiovasculares representam a maior e principal causa de óbitos. Anualmente, tais doenças produzem um gasto de quase $ 20 bilhões no país. Dentro desta cifra, os custos com internações são os que mais oneram, em primeiro lugar; em segundo, os gastos com enfermagem; em terceiro, home care, seguido pelos gastos com consultas, em quarto lugar, e medicamentos, em quinto.
Em seguida, o cardiologista passou a abordar a parte técnica da insuficiência cardíaca e apresentou as principais formas de tratá-la, assim como os resultados de uma pesquisa internacional sobre o tema.
Tratamentos para a insuficiência cardíaca
Antes de definir o tratamento, é necessário fazer um diagnóstico e procurar identificar as causas da insuficiência cardíaca no paciente em questão, o que leva à escolha do tratamento certo. Assim, é possível reduzir as altas taxas de mortalidades e internações relacionadas à insuficiência cardíaca e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes.
Fazem parte dos tratamentos farmacológicos para tratar a insuficiência cardíaca medicações como: Inibidores de Enzimas de Conversão (IECA), Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina (BRA), diuréticos e betabloqueadores.
Já os tratamentos não farmacológicos abrangem transplante cardíaco, ventriculectomia, cardiomioplastia e coração artificial. A terceira categoria de tratamentos é constituída por estimulação cardíaca artificial.
Pesquisa
Ainda durante o módulo, o cardiologista apresentou uma pesquisa internacional que, durante cinco anos, investigou os efeitos da CRT, sigla em inglês para Terapia de Ressincronização Cardíaca.
De acordo com os resultados da pesquisa, publicada pelo European Heart Journal Advance Access em 2013, os grupos mais beneficiados e que responderam da melhor forma ao CRT foram aqueles formados por mulheres e pessoas que apresentam QRS largo, bloqueio de ramo esquerdo e/ou cardiomiopatia não isquêmica.
Dentre os perfis que não responderam ao CRT de forma efetiva estão pessoas com QRS estreito e/ou que não apresentam bloqueio de ramo esquerdo. Pessoas do sexo masculino e/ou com cardiomiopatia isquêmica fazem parte de um grupo intermediário entre as pessoas que respondem bem e àquelas que não respondem bem ao CRT.
O curso é gratuito mas é necessária inscrição prévia. Inscreva-se!