Dica do Instrutor
Quiz#3: Via aérea
6 de julho de 2017

Homem de 45 anos e 100 Kg apresenta crise de asma grave com cianose e rebaixamento do sensório. Após a indução para intubação, o plantonista não consegue ventilar nem intubar o paciente e a saturação começa a cair rapidamente. Qual é a conduta imediata a ser tomada nesta situação?

A) Realizar cricotireoidostomia por punção
B) Acordar o paciente
C) Retornar à ventilação espontânea
D) Utilizar dispositivo supraglótico
E) Utilizar broncofibroscópio

Comentários

-A via aérea invasiva, quer seja cricotireoidostomia por punção ou cirúrgica só devem ser instituídas após serem tentados os dispositivos supraglóticos, uma vez que estes são menos invasivos e mais fáceis de serem utilizados.

-Retornar à ventilação expontânea nem sempre é possível em situações de urgência.

-Entende-se por dispositivo supraglotico, máscara laringea, tubo laringeo e combitube. A máscara  laríngea  clássica  é  a  primeira  escolha  em  várias  situações  configuradas  no  algoritmo  da  ASA (The American Society of Anesthesiologists),  pois pode  substituir  o  tubo  traqueal  em  cirurgias  eletivas  (jejum) de  curta  duração  ou  nas  situações  urgentes  (ventilo,  mas não entubo)  ou emergenciais (não ventilo e  não entubo).   O tamanho da  máscara  é calculado pelo  peso  IDEAL. Tanto o  tamanho quanto  o  volume de  insuflação do  cuff estão  descritos  no  corpo  da  máscara  ou  no  balonte. O tubo laringeo pode ser considerado uma  evolução  do  Combitube,  sendo  menos  traumático  e  mais  versátil,  uma  vez  que  com apenas  01  válvula  se  insufla  os  02  balonetes.  Outra  evolução,  desta  vez  em  relação  à  Máscara  laríngea  é  que  seu número é escolhido pela  altura e  não pelo  peso  ideal,  minimizando contas  e erros.

-Os dispositivos ópticos como o videolaringoscópios e  a fibroscopia são alternativas úteis que facilitam a visualização das pregas vocais, mas seu uso deve ser evitado em situações de emergência, onde a dessaturacão já está se instalando uma vez que não estão tão rapidamente disponíveis e seu uso requer algum tempo para execução.

Resposta: letra D

Referências

1.Richard M. Cooper, MSc, MD, FRPCP, DepartmentofAnesthesia,UniversityofToronto,Toronto,Ontario,Canada-Strengths and Limitations of Airway Techniques-Anesthesiology Clin 33 (2015) 241–255

2. Salem  MR, Khorasani  A, Saatee S, Crystal  GJ,  El-Orbany  M. Gastric  tubes and airway  management  in patients at  risk  of  aspiration:  history, current  concepts,  and proposal  of  an  algorithm. Anesth Analg. 2014; 118:569-79

3 . Practice  Guidelines  for  Management  of  the Difficult  Airway:  An Updated Report  by   the American  Society of  Anesthesiologists  Task  Force  on Management  of  the  Difficult  Airway. Anesthesiology, 2003;98:12691277

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