Estudos
Quiz #35- Eletrocardiograma
12 de abril de 2018
Preparado para mais um Quiz Somiti? Desta vez o nosso quiz é 2 em 1. Hoje a questão é sobre eletrocardiograma. O quiz é oportunidade de testar seus conhecimentos sobre temas importantes do dia a dia do atendimento na urgência, emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva. Para aprofundar seus estudos, não deixe de consultar as referências bibliográficas. [caption id="attachment_685" align="aligncenter" width="620"]Quiz #35 - Eletrocardiograma Quiz #35 - Eletrocardiograma[/caption]

Questão

Paciente do sexo masculino, de 72 anos, portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão arterial sistêmica, atendido no Pronto Socorro com dispneia progressiva, tosse seca e edema periférico. Negava dor torácica ou febre.PA 160/90mmhg, FC 146 bpm, FR 30 ipm, TA 37.2º.C, SaO2 de 85% em ar ambiente, turgência jugular, crepitações e sibilância difusas e edema MMII++/4+. O eletrocardiograma obtido encontra-se abaixo: [caption id="attachment_739" align="aligncenter" width="733"]Eletrocardiograma Eletrocardiograma[/caption]
  1. O diagnóstico eletrocardiográfico é:
a. Taquicardia paroxística supraventricular b. Flutter atrial c. Fibrilação atrial d.Taquicardia ventricular  
  1. Ainda com relação ao caso descrito acima, qual a conduta mais indicada?a. Administração de adenosina em bolus, b. Cardioversão elétrica 100J c. Desfibrilação 360J d.Controle da frequência cardíaca
 

Comentário

No eletrocardiograma a onda P não está presente, observamos um tremular da linha de base (ondas “f”) e o intervalo R-R é irregular. A resposta ventricular encontra-se elevada (146 bpm). Observa-se baixa voltagem em todas as derivações. Conclusão: Fibrilação atrial com resposta ventricular elevada. Baixa voltagem. A fibrilação atrial é a arritmia mais frequente nos departamentos de emergência. O grande desafio é a definição da conduta mais adequada: controle da frequência cardíaca versus controle do ritmo. Pacientes com instabilidade clínica devem ser submetidos à cardioversão elétrica. Entretanto precisamos definir se a elevação da frequência cardíaca e a instabilidade subsequente é causa ou consequência. Em algumas situações, como elevação da frequência cardíaca na sepse ou pacientes idosos com fibrilação atrial permanente, doença estrutural do coração e várias comorbidades a cardioversão pode ser deletéria. Em linhas gerais o controle do ritmo está indicado nos pacientes com instabilidade clinica determinada pela fibrilação atrial, fibrilação atrial associada a pré-excitação (WPW), cardiomiopatia induzida pela fibrilação atrial, primeiro episódio de fibrilação atrial ou etiologia reversível, falha na estratégia o controle da fibrilação atrial com persistência dos sintomas. O controle da frequência cardíaca esta indicada para pacientes idosos assintomáticos ou pouco sintomáticos com múltiplas comorbidades, pacientes com doenças de prognóstico reservado, nos casos em que os riscos da cardioversão são maiores que os benefícios e nos casos de baixas chances de reversão ou alta probabilidade de recidiva da fibrilação atrial, como nos casos de fibrilação atrial permanente ou aumento significativo do átrio esquerdo.

Resposta certa

  1. Resposta correta - Letra C
  2. Resposta correta - Letra D
 

Referência:

2014 AHA/ACC/HRS Guideline for the management of patients with atrial fibrillation. Circulation 2014; 130: e199-e267.    

Maria Aparecida Braga

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1982, especializou-se em Clínica Médica, Cardiologia, Medicina Intensiva, Medicina de Emergência, Nutrologia e Gestão em saúde. É doutora em Medicina pela Universidade de Federal de Minas Gerais, Master in Business Administration em Gestão de Saúde e Master in Business Administration em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas.

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