Pronto para mais um quiz Somiti? Hoje vamos falar sobre terapia nutricional.
Para explicar sobre o assunto, convidamos a nutricionista Jeniffer Danielle Machado Dutra.
Além de nutricionista, Jeniffer é mestre em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto (UFMG), especialista em Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN/SBNPE), pós-graduada em Fitoterapia Funcional (VP consultoria/Universidade Cruzeiro do Sul), pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional (VP consultoria/Universidade Cruzeiro do Sul) e pós-graduada em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional (GANEP).
O quiz é oportunidade de testar seus conhecimentos sobre temas importantes do dia a dia do atendimento na urgência, emergência, pré-hospitalar e terapia intensiva.
Vamos lá?
Questão
Paciente idoso, sexo masculino, com diagnostico prévio de Alzheimer, foi admitido em Unidade de Terapia Intensiva devido à pneumonia aspirativa. Após avaliação nutricional, constatou-se depleção severa de massa muscular e de gordura.
Por informações colhidas com familiares, foi relatado uma perda de peso de 10% em 5 meses e redução significativa da ingestão alimentar nos últimos meses. Ao final da avaliação, o diagnostico nutricional foi de desnutrição grave.
Após estabilidade hemodinâmica do paciente, foi realizado passagem de SNE e iniciado NE. O que fazer para iniciar a terapia nutricional?
A) Iniciar dieta enteral a 30 Kcal/Kg de peso, desde o primeiro dia, realizando a progressão mais rápida, para atingir a necessidade nutricional do paciente.
B) Iniciar dieta hipercalórica e hiperprotéica, com a totalidade do paciente pois ele está desnutrido. Usar esse perfil de dieta para redução do volume ofertado.
C) Monitorar, principalmente, os exames de fósforo, magnésio e potássio, repondo, se necessário, tiamina e iniciar a nutrição enteral a 10 Kcal/Kg de peso devido à síndrome de realimentação.
D) Iniciar a nutrição enteral em 80% das necessidades do paciente, para melhor nutrição do mesmo.
Resposta
Letra C: Monitorar, principalmente, os exames de fósforo, magnésio e potássio, repondo, se necessário, tiamina e iniciar a nutrição enteral a 10 Kcal/Kg de peso devido à síndrome de realimentação.
Comentário
A síndrome de realimentação é causada por alterações hidroeletrolíticas, promovidas entre o plasma e o meio intracelular, que ocorrem após a realimentação (oral, enteral e parenteral).
A manifestação bioquímica clássica é a hipofosfatemia, mas também podem ocorrer hipomagnesemia, hipocalemia, alterações no metabolismo da glicose, de proteínas e gordura, e deficiência de tiamina.
Os pacientes em risco de desenvolver síndrome de realimentação são: que apresentam perda de peso não intencional importante (>10% em 6 meses); com ingestão alimentar insuficiente ou em jejum por mais de 5 dias; com aumento das perdas nutricionais (vômitos, diarreia, fistulas); com alteração da absorção de nutrientes (pancreatite crônica, doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino curto).
Pacientes em risco de síndrome de realimentação devem receber a terapia nutricional inicialmente com 10 Kcal/Kg de peso, para atingir a meta em 4 a 7 dias, dependendo da evolução clínica.
Referências
Da Silva, Joshua S.V., et al. ASPEN Consensus Recommendations for Refeeding Syndrome. Nutrition in Clinical Practice, 2020. 35 (2): p. 178-195; Toledo, D., Castro, M. Terapia Nutricional em UTI. 2a edição, Rio de Janeiro: Rúbio, 2019.
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