A crise asmática severa é uma doença que registra dois milhões de visitas por ano em emergências, segundo Dr. Marco Antônio Soares Reis. Destes pacientes, cerca de 3% necessitam de intubação e ventilação mecânica. “Há registros de 6 mil mortes por ano em decorrência da crise asmática”, diz.
Sendo assim, veja abaixo as respostas às principais dúvidas sobre a crise asmática severa.
Quando é a progressão da crise asmática severa é considerada lenta?
A progressão lenta é caracterizada por deterioração após seis horas e representa de 80 a 90% dos casos de crise asmática, sendo desencadeada por infecção. Nestes casos, a resposta é mais lenta, além da obstrução ser menos grave e da inflamação ser predominante.
Quando a progressão é considera rápida?
A progressão rápida é caracterizada pela deterioração em menos de seis horas. Representa de 10 a 20% dos casos de asma, sendo desencadeada por alérgenos, exercícios e estresse. Nestes casos, a obstrução é mais grave e a resposta é rápida e broncoespástica.
Quais são as escalas de gravidade da crise asmática?
A crise asmática é classificada de leve a moderada quando Pico de Fluxo Expiratório (PFE) é maior que 50%, o estado mental do paciente é normal, a frequência cardíaca é menor que 110, SpO2 é maior que 95% e quando há ausência do uso de musculatura acessória.
Em contrapartida, a crise asmática é considera gravequando o PFE é de 30 a 50%, estado mental é normal, a frequência cardíaca é maior que 110, SpO2 de 91 a 95% e o uso de musculatura acessória é moderado.
Já a crise asmática muito grave acontece em pacientes que apresentam PFE inferior a 30%, agitação, frequência cardíaca maior que 140, SpO2 menor que 90% e uso de musculatura acessória acentuado.
Quais são os objetivos terapêuticos do tratamento?
O tratamento da crise asmática severa tem o objetivo de tratar a infecção respiratória, se presente. Além disso, de reduzir a resistência das vias aéreas.
Também tem como objetivo melhorar a oxigenação e repousar a musculatura respiratória.
Qual é o tratamento farmacológico da crise asmática severa?
A crise asmática severa deve ser tratada com antibioticoterapia, broncodilatadores (b2-agonistas e brometo de Ipratrópio) e corticóides.
Indicações de Suporte Ventilatório na Crise Asmática
Os critérios clínicos são os melhores, tais como exaustão muscular progressiva; parada respiratória ou bradipneia acentuada; parada cardíaca e alteração do sensório (letargia ou agitação).
Por sua vez, a acidose respiratória inicial isolada não é indicada.
Os cuidados com a Intubação Traqueal
Há risco de piora do broncoespasmo. O Propofol tem efeito broncodilatador e provoca rápido despertar e a Ketamina tem efeito broncodilatador.
As recomendações pós-Intubação Traqueal
As recomendações pós-intubação traqueal incluem ventilar manualmente com frequência respiratória superior a 10 ipm e leves insuflações. Quando a hipotensão arterial persiste, o pneumotórax deve ser excluído.
Hipoventilação com baixo volume corrente e baixa frequência respiratória
A hipoventilação com baixo volume corrente e baixa frequênciarespiratória foi usada em 34 episódios de crise asmática quase fatal nos anos 1980, sem qualquer ocorrência de óbito ou barotrauma.
Provocou acidose respiratória por Hipercapnia controlada. Desde então, o método é adotado em casos de doenças obstrutivas.
Programação para atendimento em caso de crise asmática
Para atendimento em caso de crise asmática severa, primeiramente, deve-se sedar o paciente. Nesta etapa, os medicamentos indicados são midazolan, propofol, fentanil e ketamina. Recomenda-se evitar o curare.
Em seguida, o repouso muscularrespiratório acontece no intervalo de 24 a 48 horas.
Posteriormente, a escolha do modo ventilatório (VCV ou PCV) deve ser feita.
Redução de complicações
Para que ocorra a redução de complicações, deve-se evitar os seguintes quadros:
- Pressão de pico maior que 50 cmH20;
- Pressão de platô maior que 30 cmH2;
- Volume minuto elevado (< 110ml/Kg ou < 10L/min)
- Auto-Peep maior que 15 cmH2O
Auto-Peep: papel da Peep externa
O ciclo espontâneo facilita a contração isométrica inspiratória. Reduz limiar de disparo inspiratório e o trabalho respiratório.
Deve-se titular a peep de acordo com o conforto do paciente e com a redução tanto da frequência respiratória como do uso de musculatura acessória.
Complicações
Dentre as principais complicações causadas por crise asmática destacam-se o barotrauma, complicação frequente e temida; miopatia ou tetraparesia flácida; hipotensão e às vezes choque devido ao aumento da pressão intratorácica e da auto-Peep, hipovolemia ou venoplegia causada pela sedação e curarização.
Os benefícios do uso do Sulfato de Magnésio Endovenoso na crise de asma
O uso do Sulfato de Magnésio Endovenoso produz efeitos como relaxamento da musculatura, melhora da funçãopulmonar e redução da admissão hospitalar. É especialmente benéfico em casos de pacientes com VEF1 menor que 20%.
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Ventilação Não-Invasiva por Máscara Nasal e Facial
Um estudo prospectivo, randomizado e placebo-controlado realizado em 2003 analisou 15 pacientes para grupo BIPAP e 15 placebo em departamento de emergência.
Verificou-se melhora funcional (VEF1) maior no grupo BIPAP. A porcentagem de hospitalização foi de 17,6% no grupo BIPAP e 62,5% no grupo controle.
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