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Parceria Somiti/Fhemig contribui para qualidade na assistência
8 de maio de 2018

No mês de maio foram capacitados 247 profissionais de saúde da Federação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Eles participam do curso BLS (Basic Life Support) – Suporte Básico de Vida promovido pela Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti).

O maior objetivo da parceria, segundo o presidente da Somiti, Hugo Urbano, é proporcionar habilidades técnicas para o profissional de saúde, para que ele esteja apto e seguro para reconhecer uma parada cardiorrespiratória e promover o atendimento necessário, com qualidade. “A Somiti trabalha intensamente para salvar vidas através do ensino e esta parceria com a Fhemig representa importantes ganhos na assistência em nosso estado.”

O vice-presidente da Fhemig, Alcyr Moreira dos Santos Pereira, explica que a instituição é uma fundação estadual, gestora de hospitais públicos em MG, com 21 unidades. Dentre eles o Hospital João XXIII, Humberto Cavalcante, Galba Veloso e hospitais de referência também em Betim, Sabará, Barbacena, Juiz de Fora, Três Corações, Bambuí e Patos de Minas. “Contamos hoje com 12 mil servidores e são vários profissionais da aérea de saúde no atendimento de urgência e emergência. A gestão, organização e manutenção são de responsabilidade da Fhemig junto à Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais. A parceria com a Somiti é de grande relevância”, afirma. Pereira acrescenta que dos dois mil leitos estaduais, de responsabilidade da Fhemig, 300 são da Terapia Intensiva, adulto, pediátrico e neonatal.

O vice-presidente conta que há mais de 400 residentes ligados à Fhemig, incluindo a área de terapia intensiva. “Temos programas de residência médica oficiais junto ao Ministério da Educação e profissionais em psicologia, fisioterapia, nutrição e outras especialidades, compondo a atuação multiprofissional necessária, que exige uma intensa e constante capacitação”. Ele reforça que a Somiti é uma grande divulgadora de protocolos internacionais e oferece o BLS, que é um treinamento importante para todas as áreas. “Percebemos que o curso possibilita melhora imediata no atendimento, no dia a dia do profissional in loco.”

 

Experiência e prática

“Qualificar para assistência na parada cardiorrespiratória é de extrema urgência. Profissionais capacitados e estrutura de qualidade são primordiais e devem ir ao encontro dos anseios da comunidade. Duzentos profissionais do Odete Cavalcante, Maria Amélia e Julia Kubitscheck estão finalizando esta primeira etapa, mas iniciaremos novo BLS para mais 200 profissionais. Dessa vez vamos intensificar em determinadas unidades como João XXIII, João Paulo II, Eduardo de Menezes e Santa Fé, esta em Três Corações”, conta a coordenadora de Educação Permanente da Fhemig, Raquel Gontijo.

Antônio Fernandes Lages, diretor Assistencial, revela que a parceria com a Somiti faz a diferença. “A Fhemig tem uma área de treinamentos muito grande, mas quando chega uma instituição que pode homogeneizar o conhecimento isto é um diferencial. A demanda é grande. É preciso seguir protocolos e usar a tecnologia e há uma deficiência nestas questões. A Somiti vem suprir essa limitação”.

 

O Basic Life Support da Somiti – A vida é o porquê e daremos aos pacientes nosso melhor!

 De acordo com a enfermeira Talline Hang-Costa, instrutora que participa ativamente dos treinamentos da Fhemig, o BLS da Somiti preza por vários aspectos: “Valorizar o trabalho em equipe na prática assistencial; excelência na capacitação e qualificação profissional; desenvolver senso crítico da prática assistencial, com base em evidência científica; educar, destacando os princípios éticos e bioéticos; cultivar o compromisso com a responsabilidade social e defender a assistência universal e igualitária”.

A enfermeira compartilha algumas de suas experiências e conhecimentos. Confira:

Como os alunos podem diagnosticar os primeiros sintomas?

 “Ao perceber que um paciente é vítima de um mal súbito e desfaleceu, o profissional de saúde deverá certificar-se de que o local é seguro, para então fazer a abordagem. Chamar a vítima tocando firmemente em seus ombros. Na ausência de resposta, o profissional deverá acional o serviço médico de emergência (SAMU 192) ou acional o código de emergência do hospital. Checar por 5-10 segundos se a vítima respira e se o pulso central (carotídeo) está ausente. Confirmando a tríade da parada cardiorrespiratória (ausência de responsividade, ausência de respiração ou respiração anormal – gasping, e ausência de pulso central) o profissional deverá posicionar o paciente em uma superfície rígida e plana e iniciar imediatamente as compressões torácicas, rápidas e fortes no centro do peito da vítima, na metade inferior do osso esterno”.

 

Como é realizado o BLS?

 “O BLS tem formato de vídeo baseado, ou seja, o aluno assiste módulos teóricos e demonstrativos em formato de vídeo (padrão internacional da American Heart Association AHA) e em seguida participa de estações práticas com manequins para treinamento de habilidades individuais e em equipe. Após treinar as habilidades, o profissional de saúde realiza simulações realísticas de atendimentos clínicos de parada cardiorrespiratória, colocando em prática todos os conhecimentos adquiridos no curso e tirando suas dúvidas com os instrutores”.

 

Como se reconhece os sinais de uma parada cardiorrespiratória?

 “Em geral, os pacientes sentem uma dor forte, levam a mão ao peito e desfalecem. Clinicamente falando, a tríade da parada cardiorrespiratória identificada pelo socorrista é: ausência de responsividade, ausência de respiração ou respiração anormal – gasping, e ausência de pulso central”.

 

Quando e como fazer a ressuscitação cardiopulmonar?

“O profissional realizará reanimação cardiopulmonar todas as vezes que o paciente estiver em parada cardiorrespiratória. O paciente será posicionado em uma superfície rígida e plana e o profissional se posicionará ao seu lado, com os joelhos bem próximos ao tórax do paciente. Em seguida, o profissional posicionará suas mãos entrelaçadas no centro do peito da vítima, na metade inferior do osso esterno e deixará seus braços esticados, montando um ângulo de 90° com o tórax do paciente. Assim, o profissional afundará o tórax entre 5-6 cm e o deixará voltar à sua posição original a uma frequência de 100-120 vezes por minuto. Ou seja: as compressões são rápidas, fortes e rítmicas”.

 

Quando deve usar o desfibrilador?

 “Ao solicitar ajuda o profissional deverá também pedir que tragam o desfibrilador. Tão logo o Desfibrilado Externo Automático (DEA) esteja disponível, o profissional deverá ligá-lo e seguir todas as suas instruções (colocação dos eletrodos no tórax desnudo do paciente, conectar o cabo dos eletrodos ao DEA, afastar-se do paciente para análise de ritmo). O DEA é automático e determinará, após a análise do ritmo, se o choque é indicado ou não, caso não seja chocável, o profissional retomará imediatamente as compressões torácicas. Caso o ritmo seja chocável, o profissional deverá aguardar o equipamento carregar, enquanto isso deverá afastar-se e certificar-se de que todos estão afastados do paciente e em seguida apertar o botão de choque. Após o choque deverá retomar as compressões torácicas imediatamente. Caso o paciente demonstre sinal de vida (movimento, respiração, etc.) o profissional fará a checagem de pulso confirmando o retorno da circulação espontânea e assim poderá preparar, monitorar o paciente até que tenha condições de ser transportado em segurança para um local de atendimento especializado”.

 

Qual o primeiro passo para salvar uma vida com parada cardiorrespiratória?

 “Fique calmo e peça ajuda! O primeiro passo eu diria: o profissional deverá manter-se calmo e estar preparado tecnicamente para realização das manobras de reanimação cardiopulmonar”.

 

Qual o publico alvo para o curso?

 “Todos os profissionais da área da saúde: enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, médicos, dentistas, fonoaudiólogos, educadores físicos, etc.”

 

 Qual o compromisso de um profissional?

 “Os profissionais são capacitados para atuação na prática e também para se tornarem multiplicadores e disseminadores do conhecimento.”

 

Como avalia a parceria Somiti/Fhemig

 “O BLS oferecido aos profissionais da ponta que atuam na rede Fhemig é uma oportunidade de valorizar quem faz a saúde acontecer no dia a dia dos hospitais. São estes profissionais que oferecem o primeiro atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória nos hospitais e o conhecimento fará toda diferença. Os profissionais que já participaram dos cursos oferecidos demonstraram interesse em aperfeiçoar a técnica de atendimento, para melhorar a qualidade da assistência oferecida aos pacientes, o que nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo. A vida é o porquê e daremos aos pacientes nosso melhor!”

 


 

 

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