Atualmente, em todo o mundo, há uma preocupação sobre o uso indiscriminado de antibióticos e a prescrição por médicos, principalmente nos hospitais, assim como a sua troca de forma precoce.
“Esse excesso produz um alto custo social e financeiro, além de um aumento da resistência de bactérias responsáveis por infecções graves, de difícil tratamento e que tendem a fragilizar o sistema imunológico de alguns pacientes em hospitais, o que infelizmente pode levar a óbito.” afirma Rogério Fonseca Sad, intensivista da Somiti.
Neste sentido, segundo a Revista Ciência SUS, em sua edição n°2, “Como a falta de cuidados com o uso deantibióticos pode criar uma resistência capaz de colocar vidas em risco.”
De acordo com a publicação, em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS), compilou dados de mais de 100 países. Ela observou altos níveis de resistência em todas as regiões do mundo.
Além disso, o relatório teve como foco sete famílias de bactérias comuns, contra as quais os antibióticos já estão falhando.
“A cada ano, cresce o número de microrganismos identificados como resistentes. Em 2017, subiu para 12 o número de famílias de bactérias identificadas como resistentes e prioritárias pela OMS.”
E entre elas estão a salmonela, a bactéria causadora da pneumonia, a que causa gonorreia, a que causa gastrite e até a conhecidíssima E. coli, que habita os intestinos.”
Ainda sobre o assunto, em Minas Gerais, conforme a matéria, há o projeto ‘Monitoramento Multicêntrico de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e do seu custo em Unidades de Terapia Intensiva em Hospitais de Referência em Minas Gerais e no Brasil: Impacto da Multirresistência’, coordenado por Rosineide Ribas.
Assim, a iniciativa irá “coletar e avaliar dados de hospitais de médio e grande porte. O objetivo é buscar, entre outros objetivos, saber a prevalência, a mortalidade e o impacto sobre os custos hospitalares de infecções. Além disso, identificar linhagens de bactérias de alto risco e fatores que possam contribuir para a proliferação de microrganismos resistentes.
Solução
Sad reforça que é possível minimizar e evitar o problema. Para isso, é preciso racionalizar o uso de indiscriminado de antibióticos e gerenciando toda a cadeia, da fabricação à administração do medicamento.
“A única saída para preservar a capacidade terapêutica dos antibióticos é reduzir essa resistência bacteriana. É o único caminho, e com certeza, um dos mais importantes”, explica o especialista.
Neste sentido, para ele, a avaliação médica e presencial no dia a dia, assim como saber de onde o paciente vem. Saber se ele fez uso prévio de antibióticos nos últimos 90 dias, se esteve internado, se passou por hemodiálise recentemente e se é diabético são fatores que devem ser considerados ao escolher o antibiótico e a dosagem certa para o paciente em questão.
“Não use antibióticos pra aliviar a consciência. Outra medida muito óbvia, mas que acaba sendo esquecida pelos profissionais é lavar bem as mãos antes e após o contato com os pacientes, o que minimiza as transmissões”, conclui.
Assista ao depoimento do intensivista Rogério Fonseca Sad
Acesse a matéria da Revista Ciencia SUS, na íntegra.
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