Mobilização precoce em UTI é a execução imediata e enfática da cinesioterapia em indivíduos que se encontram em estado crítico nas UTI’s e em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva. Trata-se de um conjunto de métodos aplicados, sobretudo por fisioterapeutas, para prevenir complicações e facilitar a recuperação de internados.
Para entender bem este assunto é preciso considerar que a imobilização a qual são submetidos os indivíduos em Unidades de Tratamento Intensivo resulta em diversos efeitos deletérios. O principal deles é a fraqueza muscular adquirida, que afeta não apenas braços e pernas, como também o sistema cardiovascular, pulmões e outros órgãos.
Pessoas submetidas ao longo tempo de internação em UTI’s podem sofrer de pneumonia, hipoxemia, embolia pulmonar, atelectasia e outros males. Devido à fragilidade em que os pacientes críticos se encontram, eles podem evoluir para o óbito.
Portanto, a mobilização precoce (MP) em UTI visa a independência funcional do indivíduo em menor tempo. Veja neste artigo as principais indicações para a mobilização, quais os critérios para o procedimento e seus benefícios!
A mobilização precoce em UTI
Para Mattos (2011), o ato da mobilização precoce é essencial para pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo. Uma das principais decorrências da longa estadia em UTI’s é a tetraparesia flácida, seja arreflexia ou hiporreflexia. Essas condições tornam maior o tempo de dependência da ventilação mecânica invasiva (VMI).
A mobilização, por outro lado, depende de diversos critérios de segurança.
Critérios para a mobilização precoce
Pacientes críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva devem ser mobilizados com base em critérios de segurança. Tais fatores são relativos e dependem da cultura de cada centro médico. Por outro lado, todos consideram o histórico de saúde e familiar do paciente, suas condições físicas prévias, equipamentos à disposição e diversos outros fatores.
Alguns códigos orientam o uso de cicloergômetro, eletroestimulação neuromuscular, prancha ortostática, mobilidade no leito, sedação, alimentação balanceada e outros recursos.
Antes, contudo, é indispensável que se façam testes, considerando algumas escalas como:
- a avaliação de estado funcional,
- o exame da função física em terapia intensiva (PFIT)
- e a medida de independência funcional (MIF).
Há também critérios de exclusão, que consideram a pressão arterial, frequência respiratória e cardíaca, dentre outros.
Benefícios da mobilização precoce para o paciente
Uma vez aprovado para a mobilização precoce, o paciente pode gozar de diversos benefícios. Esse conjunto de exercícios fisioterapêuticos podem:
- melhorar o desempenho dos órgãos, sobretudo o pulmão;
- prevenir problemas musculares;
- reduz a possibilidade de infecções;
- reduzir a necessidade de uso de aparelhos durante a recuperação;
- evitar deformidades e sequelas;
- diminuir os efeitos, como o delírio;
- aumentar a força física e resistência;
- reduzir o prazo de VMI e tempo de internação.
A falta de movimentação no leito afeta diretamente a qualidade de vida do paciente, pois reduz suas funções, seu tempo de resposta ao tratamento e pode colocar toda a recuperação em risco. A medicina, por sua vez, sempre está em busca de soluções e formas de tornar a vida das pessoas mais longas e sustentáveis.
Com a mobilização precoce em UTI, o corpo do paciente ganha impulso e força para se recuperar e voltar à sua vida diária comum. Com esses cuidados terapêuticos progressivos, a possibilidade de que possa ter a mesma saúde de antes é alta.
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