No último módulo do Curso para Residentes e Especializandos em Medicina Intensiva (Cremi) de 2018, realizado em 27 de novembro, o emergencista Juliano Lima Santos abordou o tema “Ultrassom POC (Point-of-Care) nas UTIs”. A aula teve como foco essa tecnologia cada vez mais presente em ambientes pré-hospitalares e intra-hospitalares.
O ultrassom Point-of-Care é uma ferramenta que faz o diagnóstico de situações graves ou potencialmente graves, em tempo real, de pacientes com choque ou paradas cardiorrespiratórias, sendo capaz de determinar com maior acurácia a real causa da instabilidade hemodinâmica.
“O POC é uma ferramenta que chegou para ficar e vai mudar a forma do médico intensivista atender o paciente e entregar qualidade e segurança ao mesmo. Não há como voltar atrás”, diz Santos.
Especialista no assunto, Santos destaca que o ultrassom POC à beira do leito proporciona agilidade e economia de tempo na internação do paciente, sobretudo na sala de emergência e no CTI, além de um diagnóstico mais seguro e, consequentemente, um desfecho mais positivo para o paciente.
“Para o profissional fazer o point-of-care é necessário ter o conhecimento técnico, o equipamento adequado e realizar esse exame de forma objetiva. O exame feito com equipamento inadequado e com a técnica inadequada pode levar a um diagnóstico equivocado”, alerta.
A execução do POC, baseada em leitura e interpretação das imagens fornecidas pelo ultrassom, segue uma ordem lógica semelhante ao que é preconizado no ATLS:
• avaliação de via aérea;
• avaliação da via pulmonar;
• avaliação circulatória;
• avaliação vascular;
• avaliação neurológica;
• exame externo.
Santos esclarece que, em vista disso, há diversas modalidades de exames. A Ultrassonografia Cardíaca Focada (FoCUS), por exemplo, é uma ferramenta que faz o diagnóstico e tratamento de causas potencialmente reversíveis de parada cardiorrespiratória, a exemplo de intoxicações, embolia pulmonar, tamponamento cardíaco, hipovolemia severa/choque, infarto agudo do miocárdio, Pneumotórax hipertensivo.
Basicamente, a avaliação hemodinâmica por POC possui os seguintes focos: pulmões, trato urinário, pleura, coração, abdome e tecidos moles.
Dentre as razões para se realizar o POCUS estão:
• insuficiência respiratória;
• choque;
• parada cardiorrespiratória;
• acesso vascular guiado por ultrassom.
Além de ilustrar a aula com diversos casos e diagnósticos de ultrassonografia, Santos ainda apresentou seu projeto de mestrado, intitulado “Ultrassonografia Cardíaca Focada na Parada Cardiorrespiratória: Aplicação Clínica e Valor Prognóstico”, uma análise realizada nas cidades de Salvador e Fortaleza.
O Cremi retorna em 2019, após o 9º Simpósio Somiti da Ligami e o 4º Simpósio Multiprofissional e Interdisciplinar das Ligas Acadêmicas de Emergência e Medicina Intensiva que acontecem dias 4 e 5 de fevereiro (2019), em Belo Horizonte. O encontro terá como tema central a sepse.