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Hemorragia Subaracnóidea Espontânea
21 de junho de 2019

’Hemorragia Subaracnóidea Espontânea’ (HSAE) é um dos temas trabalhados no curso para Residentes e Especializandos em Medicina Intensiva da Somiti. O neurologista e intensivista Drusus Pérez Marques destacou alguns pontos relevantes sobre o assunto.

De acordo com Marques, HSAE é uma doença grave, frequente na neurologia e com alto índice de mortalidade, mas solucionável. “O cuidado adequado é capaz de mudar drasticamente o desfecho dos pacientes”, diz. Por isso, a monitorização adequada é fundamental para identificar as complicações do paciente. “O cuidado clínico bem feito aumenta as chances de sobrevida sem sequelas”, afirma.

1) Grupos de risco

Há uma incidência ligeiramente maior de HSAE em mulheres, em especial entre aquelas com cerca de 55 anos. Os homens, sobretudo aqueles na faixa etária de 25 a 45 anos e com mais de 85 anos, também são acometidos.

2) Definição das classificações de indicação

São divididas em cinco classes que orientam a adoção (ou não) de procedimentos. A Classe I apresenta condições para as quais há evidências conclusivas ou, na sua falta, consenso geral de que o procedimento é útil, seguro e eficaz.

Na Classe II, há evidências conflitantes e/ou divergência de opiniões sobre a segurança e eficácia do procedimento. Na Classe II a, há peso ou evidência a favor do procedimento, sendo que a maioria o aprova. Por sua vez, na Classe II b, não há predomínio de opiniões a favor, sendo a segurança e eficácia do procedimento menos estabelecidas. Já na Classe III, há evidência ou consenso de que o procedimento não é útil/eficaz e, em alguns casos, pode ser prejudicial.

3) Definição dos níveis de evidência

O Nível A é composto de dados obtidos a partir de múltiplos estudos randomizados de bom porte, concordantes e/ou de meta-análise robusta de estudos clínicos randomizados. No Nível B, os dados são obtidos a partir de meta-análise menos robusta, a partir de um único estudo randomizado ou de estudos não-randomizados (observacionais). Já no Nível C, os dados são obtidos de opiniões consensuais de especialistas.

4) Escala de mRankin

Faz o prognóstico do paciente de 0 a 6. Na escala 0, não há sintomas. Na escala 1, denominada “sem significativa incapacidade”, o paciente apresenta capacidade de realizar todas as atividades do dia a dia, apesar dos sintomas. Na escala 2 (leve incapacidade), o paciente é incapaz de realizar todas as suas atividades prévias, mas capaz de resolver suas questões sem ajuda. Na escala 3 (moderada incapacidade), o paciente demanda algum auxílio para se vestir, por exemplo, mas é capaz de caminhar sem ajuda. Na escala 4 (incapacidade moderadamente grave), o paciente é incapaz de caminhar e se higienizar sem ajuda. Na escala 5 (incapacidade grave), o paciente se encontra restrito ao leito, incontinente e requer cuidados constantes de enfermagem. Já a escala 6 representa morte.

5) Sintomas

Deve-se observar os sintomas apresentados pelo paciente para diagnosticá-lo corretamente. De acordo com Dr. Drusus, a dor de cabeça é o principal sintoma de HSAE. “Geralmente é uma dor de cabeça muito intensa que atinge o máximo de intensidade em poucos minutos e pode ser seguida por uma síncope”, explica. Náuseas, vômito, perda de consciência, rigidez de nuca, delírio, letargia e dificuldades para falar também estão entre os sintomas.

6) Diagnóstico

A Tomografia de crânio é um exame fácil que pode ser realizado em pronto-socorros. Quanto antes a tomografia de crânio for feita, melhor. Afinal, a sensibilidade do paciente é maior nas primeiras 24 horas após o HSAE – o que facilita o diagnóstico – e reduz consideravelmente após uma semana.

A aula do Cremi sobre ’Hemorragia Subaracnóidea Espontânea’ (HSAE) ocorreu dia 18 de junho, na sede da Associação Médica de Minas Gerais. As aulas acontecem às terças-feiras, 18h30 e são gratuitas. Saiba mais. 

 

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