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10 fatos sobre Emergências Hipertensivas
25 de abril de 2019

A vice-presidente da Abramede MG e gestora da Somiti, Maria Aparecida Braga, ministrou o módulo ‘Emergências Hipertensivas’, no teatro da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), na terça-feira, 23 de abril. A aula integra o Curso para Residentes e Especializandos em Medicina Intensiva, da Somiti.

Conforme a especialista esclareceu, a emergência hipertensiva pode ser definida como hipertensão grave com sinais de comprometimento de órgãos-alvo ou sistemas (cérebro, sistema cardiovascular e rins).

De acordo com Braga, proceder a investigação clínica de acordo com o sistema é fundamental. Quando o sistema afetado é o renal, deve-se observar a redução do volume urinário, edema, hematúria e disúria. “Deve-se procurar por massas palpáveis e sopros no abdome”, aconselha.

Quando o sistema cardiovascular é afetado, é dever do profissional de saúde se atentar às medidas da pressão arterial, dor torácica, sinais e sintomas de IVE, palpitações, ritmo cardíaco, sopro carotídeo, dispnéia e pulsos periféricos.

Abaixo, conheça 10 fatos relevantes sobre Emergências Hipertensivas:

  1. Podem ser classificadas de acordo com o órgão-alvo atingido. Há emergências hipertensivas cerebrovasculares como encefalopatia hipertensiva, hemorragia intracerebral, hemorragia subaracnóide e AVE isquêmico; cardiocirculatórias, tais como dissecção aguda da aorta, EAP (Edema Agudo de Pulmão) com insuficiência ventricular esquerda, IAM e angina instável e emergências hipertensivas renais, como a LRA (Lesão Renal Aguda) rapidamente progressiva. Há também as crises adrenérgicas, caracterizadas por hipertensão, taquicardia e sudorese, e crise do FEO.
  2. Pode acometer gestantes. Além da hipertensão, grávidas podem apresentar eclâmpsia, pré-eclâmpsia grave, síndrome HELLP e hipertensão grave no fim da gestação. A hidralazina, propranolol e anlodipina são medicações seguras durante a gravidez.
  3. Conhecer o histórico do paciente com emergência hipertensiva é fundamental. Os seguintes fatos devem ser investigados: antecedentes de hipertensão e uso de anti-hipertensivos (dose e adesão); a ocorrência de episódios semelhantes ao atual; se o paciente sofre com cardiopatia e nefropatia; o uso de fármacos que interfiram na pressão arterial e uso e abuso de álcool e drogas ilícitas.
  4. Propedêutica. O paciente com emergência hipertensiva deve realizar os seguintes exames: hemograma, bioquímica, glicemia capilar, urina, ecg e rx do tórax.
  5. Nitrop de sódio. É indicado na maioria das emergências hipertensivas. No entanto, casos de insuficiências renais e hepáticas e de pressão intracraniana grave demandam uso precavido deste medicamento. Pode provocar efeitos adversos como náuseas, vômitos e intoxicação por cianeto.
  6. Nitroglicerina. É indicado para pacientes com insuficiência coronariana e insuficiência ventricular esquerda. É capaz de provocar efeitos adversos como cefaleia, taquicardia reflexa, taquifilaxia, flushing e meta-hemoglobinemia.
  7. Hidralazina. É indicado para pacientes com eclâmpsia. Pode levar à piora da angina e do infarto. O uso deste medicamento exige cuidado especial com a pressão intracraniana elevada. Dentre os efeitos adversos estão taquicardia, cefaléia e vômitos.
  8. Encefalopatia hipertensiva. Mais comum em pacientes normotensos, caracteriza-se pelo aumento da pressão arterial. Leva a lesão da parede vascular com lesão miointimal, edema e micro-hemorragias difusas. Nas emergências, observa-se nos pacientes com encefalopatia hipertensiva aumento da pressão arterial com cefaléia, borramento visual, convulsões, vômitos e alteração no nível de consciência. Nesses casos, o exame fundo de olho pode diagnosticar papiledema (hipertensão maligna). O tratamento envolve nitroprussiato de sódio, labetalol, hidralazina e IECA. A Clonidina e a Metildopa, por provocarem efeito sedativo e hipotensor, devem ser evitadas.
  9. Quando pensar em AVC? Se o paciente estiver em coma e/ou apresentar crise convulsiva recorrente, eclâmpsia pós-parto atípica, quadro neurológico súbito, encefalopatia hipertensiva evolutiva e/ou deterioração neurológica rápida, que pode indicar hemorragia, deve-se considerar a ocorrência de um AVC. Diante de casos assim, deve-se solicitar uma tomografia cerebral.
  10. Eclâmpsias. A pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva caracterizada pela elevada pressão arterial. Ocorre após a 20a semana de gestação em mulheres previamente normotensas. Já a eclâmpsia é definida por estes mesmos critérios em associação a crises convulsivas.
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