A 2ª Edição da Olimpíada Mineira de Simulação em Medicina de Emergência e Terapia Intensiva realizada na Faminas (17 e 18 de maio) foi um sucesso. Em parceria, Somiti e Abramede – MG levaram conhecimento e capacitação aos estudantes. O encontro contou com uma palestra de abertura sobre ‘Medicina de Emergência: Perspectivas e desafios da nova Especialidade’, seguida do sorteio com a ordem das competições realizadas no segundo dia de evento.
A Olimpíada conta com quatro modalidades, que incluem conhecimento em suporte avançado de vida em cardiologia; suporte avançado de vida em pediatria; suporte pré-hospitalar de vida no trauma e ‘CPR Hands Only Competition’. “Esse evento é de grande importância para o setor da saúde porque amplia as habilidades e atitudes do profissional para salvar vidas, auxiliando as boas práticas assistenciais entre os futuros médicos e enfermeiros das instituições de ensino, públicas e privadas em Minas Gerais”, afirma a gestora de qualidade da Somiti e vice-presidente da Abramede MG, Maria Aparecida Braga. Ela lembra que a primeira edição aconteceu, em 2017, em Montes Claros. “Com essa atividade os estudantes ao longo do tempo vão se capacitando para o atendimento das emergências e, futuramente, quem sairá ganhando são os pacientes, que terão na ponta, profissionais mais capacitados para um melhor atendimento”.
O enfermeiro, coordenador do Laboratório de Treinamento de Habilidade de Simulação Realista e professor da Faminas, Daniel Fernandes, conta que as Olimpíadas foram idealizadas, inicialmente, dentro da Somiti, por um grupo de profissionais que fomentam o ensino médico e o ensino de enfermagem, através de metodologias ativas de ensino, cuja a principal ferramenta é a simulação realística, fundamental para o ensino. “As metodologias ativas são uma tentativa de vanguarda e otimização do método de ensino, facilitando o acesso do aluno ao conhecimento de uma forma mais inovadora, não somente como teoria em sala de aula, mas também passando por uma prática assistencial a partir dos treinamentos massivos de habilidade. Depois que o aluno já desenvolveu essa habilidade ele é inserido em cenários clínicos reais, onde são utilizados manequins, robôs e simuladores de alta fidelidade, muito parecidos com o organismo humano. Há também atores para trabalhar a parte técnica, simulando o viés comportamental que é muito importante e evita erros”, explica Fernandes.
O coordenador acredita que é necessário investir nas pessoas, na capacitação e na formação, mudando o processo de ensino e aprendizagem, acompanhando as novas gerações que estão interligadas com novas tecnologias e informação. “O modo de ensinar precisa ser modificado, já que as pessoas estão em transformação. Cientificamente já ficou comprovado que essa mudança gera melhores resultados e absorção do conhecimento na prática. As Olimpíadas chegaram para fomentar o trabalho multiprofissional e transdisciplinar. Afinal de contas, a centralidade do processo deve ser voltada para o paciente. Nós profissionais escolhemos estar ali, o paciente não.”
O presidente da Abramede MG, Marcos Vinicius Melo de Andrade, ressalta que as Olimpíadas são extremamente importantes para a formação dos alunos. “É uma forma de estimular os acadêmicos a estudar temas da medicina de emergência, principalmente no manejo da ressuscitação cardiopulmonar. Permite sistematizar o atendimento em situações de emergência. Eles precisam estar preparados para atuar de maneira eficiente e rápida, de forma adequada, e o melhor formato para aprender é através da simulação. Com as Olímpiadas da Faminas conseguimos promover a sistematização e a normatização no atendimento das situações de emergência”.
Convidado para integrar o grupo de jurados, o segundo tenente do Corpo de Bombeiros, Júlio Ermínio Caldeira Brant, afirma que a proposta das entidades envolvidas vai estimular os participantes a se esforçarem, para prestarem um atendimento com qualidade e eficiência. “Particularmente acredito no desenvolvimento do sentimento que chamamos de autoproteção, o instinto de se preservar e atuar em situações de risco até a chegada do Corpo de Bombeiros ou SAMU. Essa iniciativa vem para acrescentar novas perspectivas, ajudando na capacitação dos profissionais na área médica, desenvolvendo a capacidade de atender e dar os primeiros socorros nas situações de trauma. Uma ação relevante, interessante e muito válida”.
Durante as Olimpíadas os estudantes vivenciam experiências reais. Henrique Monteiro de Castro, aluno do 12º período de medicina da Faminas BH, revela que ao participar, se sente mais preparado para entrar no mercado de trabalho. “Lá na ponta a gente nunca sabe o que pode aparecer, nem o perfil do paciente que vamos atender. Em relação à área acadêmica, eu acho que é importante esta iniciativa porque favorece a interação de diversos cursos. Na minha equipe tem uma aluna de enfermagem e também estudantes de diferentes períodos, são níveis diversos de conhecimento. Eu posso ajudá-los e também receber um pouco de conhecimento de cada um. Como nos comunicamos em equipe é o que vai prevalecer e ser um diferencial no mercado de trabalho”.
Alunos de diversas faculdades do estado compareceram. Daniela Melillo Martins, aluna do 8º período de medicina da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana – Faseh, em Vespasiano, valorizou a iniciativa e disse que as Olimpíadas são uma oportunidade ímpar para o futuro médico. “Experimentamos situações quando ainda temos a chance de errar e repetir até acertar, além de observar como as outras equipes atuam. Isso é muito importante para a formação. O aprendizado prático fixa o conteúdo na mente para o resto da vida”, conclui.