Estudos
Doença tromboembólica na gestação
19 de agosto de 2020

A doença tromboembólica (TVP/TEP) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade de pacientes oncológicos. Na gestação, ela representa a principal causa de morbidade.

O cenário é preocupante porque pacientes com determinadas malignidades estão mais propensos ao problema e têm um prognóstico preocupante.

Podemos classificar a doença venosa tromboembólica em três quadros:

  • Embolia pulmonar (TEP): ocasionada pela obstrução de um vaso pulmonar, devido à liberação de um coágulo de sangue de uma veia periférica;
  • Trombose venosa profunda (TVP): obstrução parcial ou total de uma veia profunda por um coágulo sanguíneo;
  • Tromboembolismo venoso (TEV): a combinação da EP e TVP em um quadro.

Neste artigo, vamos apresentar os fatores de risco do problema, o diagnóstico e os tratamento disponíveis.

Boa leitura!

doença tromboembólica

Doença tromboembólica: fatores de risco, diagnóstico e tratamentos

De modo geral, a doença tromboembólica na gestação se dá por fatores comuns a ela, como: obesidade, trombofilias, parto operatório, infecções, dentre outros.

A grande preocupação é que esses elementos deixam a mulher até cinco vezes mais vulnerável a desenvolver a doença.

Comumente, o coágulo se forma no sistema venoso, mas ele também pode ocorrer por origem arterial. A condição está associada à tríade de Virchow:

  • Hipercoagulabilidade (formação de moléculas trombofílicas);
  • Estase (obstruções vasculares em paciente prostrado);
  • Lesão endotelial (ou seja, invasão tumoral). 

Há também três fatores que dizem respeito ao risco da TVP/TEP: o atual estado de saúde da paciente, o tipo de tumor desenvolvido e onde este se encontra.

Diagnóstico da doença tromboembólica

A ultrassonografia Doppler pode ser feita para investigar a existência de coágulos nas pernas durante a gestação.

Caso a suspeita seja em relação à embolia pulmonar, o diagnóstico é por meio da tomografia computadorizada (TC). A ideia é induzir a angiotomografia, procedimento de contraste, para destacar os vasos sanguíneos, mediante a injeção de alto contraste radiopaco.

Se o diagnóstico não for conclusivo, é preciso realizar um angiografia pulmonar. Nela, é feita uma pequena incisão no braço ou virilha da paciente para a inserção de um cateter, que deve chegar numa artéria pulmonar. 

Através do cateter, é inoculado um meio de contraste radiopaco, que vai realçar os vasos do pulmão. Com isso feito, são tiradas as radiografias e é possível ter um diagnóstico conclusivo do quadro.

Tratamento

Caso o coágulo seja identificado, deve ser administrado o anticoagulante heparina imediatamente, independente das semanas de gestação. A administração pode ser subcutânea ou intravenosa, sem danos ao feto ou à grávida.

Após a gestação o risco de coagulação ainda é preocupante. Por isso, a heparina de baixo peso (ou a varfarina) deve ser administrada por, pelo menos, seis semanas.

Cabe pontuar que a varfarina é um anticoagulante oral, oferece menor risco de complicação e a gestante pode continuar amamentando com ela.

De modo geral, o tratamento da doença tromboembólica leva de três a seis meses.

Como medida profilática, mães que já sofreram de doença tromboembólica em gestações anteriores, ou mesmo antes da gravidez, receberão a heparina em todas as futuras gestações, continuada por seis semanas após o parto.

Devemos enfatizar que o tratamento de TVP/TEP ainda carece de estudo randomizado controlado com os mais recentes anticoagulantes orais (NOAC), mesmo que algumas análises apresentem a eficiência desses medicamentos em substituição à varfarina.

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