O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a maior causa evitável de morte no mundo. Anualmente, ele causa cerca de seis milhões de mortes: cinco milhões em fumantes ativos e mais de 600 mil em pessoas expostas ao tabaco ambiental (tabagismo passivo), sendo que mais de ¼ destas são crianças. No Brasil, são cerca de 130 mil mortes por ano. Destas, pelo menos 2.655 (sete mortes/dia) ocorrem em tabagistas passivos, dos quais 60,3% são mulheres.
Segundo a OMS, a epidemia de tabagismo continua sendo a maior ameaça à saúde publica que o mundo já enfrentou. As evidências mostram que os produtos de tabaco são altamente letais, matando dois em cada três consumidores e afetam também a saúde de pessoas que não fumam, mas são obrigadas a inalar a fumaça de produtos de tabaco de terceiros. Além disso, a cadeia de produção de tabaco gera danos ambientais, sanitários e sociais.
O intensivista, presidente da Somiti, Hugo Urbano, alerta que o cigarro, assim como outros derivados do tabaco, não possui uma quantidade segura de consumo. “Somente na fumaça desse produto, por exemplo, encontramos mais de 4.700 substâncias tóxicas, algumas inclusive cancerígenas”, afirma. Pesquisas revelam que o alcatrão e a nicotina são extremamente maléficas ao organismo. “A nicotina age como estimulante do sistema nervoso central, eleva a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, diminui o apetite e desencadeia náusea e vômito. Já o alcatrão, que é formado por várias substâncias, está ligado a doenças cardiovasculares, câncer, entre outras”, acrescenta.
Urbano lembra que o tabagismo pode desencadear inúmeros problemas de saúde, dentre eles: infarto do miocárdio, enfisema pulmonar, derrame, câncer, impotência sexual, hipertensão e diabetes. Estudos estimam que 90% das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão apresentem como fator responsável o fumo, sendo importante destacar que as chances de cura para essa doença são bastante baixas. “Na unidade de terapia intensiva é ampla a demanda pelo suporte ventilatório adequado para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada.Queremos conscientizar a população sobre os males do tabaco e mudar este quadro.”