A coordenadora do departamento de Fonoaudiologia da Somiti, presidente do departamento de Fonoaudiologia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Maria Carolina de Lima Faria, participou de ação promovida pela entidade nacional pelo ‘Dia Nacional de Atenção à Disfagia’, 20 de março.
Segundo Faria, foi uma comemoração de cunho social, com o tema ‘alimente-se bem, alimente-se com segurança, diga não à disfagia’, visando a atuação do fonoaudiólogo dentro do centro de terapia intensiva, onde os pacientes foram triados, avaliados e diagnosticados. A especialista disse que a campanha contou com amplo envolvimentos dos hospitais mineiros, tanto na capital, quanto no interior.” A intenção é sensibilizar as equipes para o diagnóstico realizado pelo profissional fonoaudiólogo, em diferentes UTIs brasileiras, se tornando uma campanha multicêntrica. Mais de 1.200 leitos de 35 hospitais serão beneficiados pela campanha.”
Em seu site, a Amib informou que além dos leitos beneficiados, a Associação destaca as diretrizes sobre como diagnosticar e proceder em casos de disfagia nas UTIs.
Fonoaudiólogo na UTI
O fonoaudiólogo que atua na UTI tem como objetivo a manutenção da vida, pois previne riscos de complicações pulmonares e nutricionais. Além disso, este profissional tem também a função de melhorar a qualidade de vida do paciente crítico garantindo uma alimentação de forma segura, com ganho nutricional e melhor prognóstico do quadro.
Como perceber a disfagia nas UTIs? Confira dicas:
· Em seu horário de trabalho junto ao paciente, durante a alimentação ou durante a oferta de medicamentos, você observa se o paciente permanece muito tempo com o alimento/medicação na boca sem engolir?
· Durante a alimentação, o paciente apresenta dificuldades para mastigar os alimentos sólidos?
· Durante a alimentação, ou quando está sendo medicado, o paciente apresenta tosse, engasgos ou alteração respiratória?
Se você já presenciou ou presencia alguma dessas situações, você poderá estar diante de um paciente com disfagia.
Como proceder diante da suspeita de disfagia?
· Manter o decúbito elevado no mínimo de 30º
· Notificar e aguardar a equipe de Fonoaudiologia para a possibilidade de avaliação e intervenção junto ao paciente.
A equipe de Fonoaudiologia irá orientar sobre a possibilidade de modificação na consistência do alimento, uso de utensílios, postura corporal, velocidade de alimentação, manobras para a facilitação da deglutição e para a manutenção de uma alimentação segura.
O Departamento de Fonoaudiologia da AMIB ressalta que ações de conscientização e de divulgação da disfagia podem e devem ser replicadas ao longo do ano, para garantir que as equipes multidisciplinares estão o paciente crítico alimente-se bem e com segurança.
Referências:
Moraes, AMS; Coelho, WJP; Castro, G; Nemr, K. Incidência de disfagia em Unidade de Terapia Intensiva de adultos / Incidence of disphagia in Intensive Terapy Service of adults. Rev. CEFAC;8:171-177, abr.-jun. 2006.
Medeiros GC, Sassi FC, Mangilli LD, Zilberstein Bruno, Andrade CRF. Clinical dysphagia risk predictors after prolonged orotracheal intubation. Clinics . 2014.
Participam os hospitais:
Minas Gerais
Hospital Metropolitano Célio de Castro
Hospital Life Center
Hospital Risoleta Tolentino Neves
Hospital Luxemburgo
Hospital Odilon Behrens
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Hospital Santa Rita
Hospital Universitário Alzira Velano
Hospital IMESA
Hospital Regional do Sul de Minas
Fonte: AMIB