Estudos
Bloqueadores neuromusculares: o que são e quando usar
7 de outubro de 2020

Os bloqueadores neuromusculares (BNMs) são drogas que interrompem a transmissão neuromuscular dos impulsos nervosos na junção neuromuscular esquelética, causando a paralisia dos músculos.

Eles são utilizados com anestesia, permitem que o anestesiologista faça a intubação do paciente, facilitam a ventilação e promovem boas condições operatórias.

Os BNMs também podem ser utilizados em eletroconvulsivo terapias, pois as convulsões podem causar traumatismos osteomusculares ou fraturas. 

Os pacientes devem receber ventilação mecânica, monitoramento da frequência cardíaca e da pressão arterial, em toda duração da ação. 

Além disso, sua manutenção deve ser feita com muito cuidado. Do contrário, sérios problemas podem ser causados.

Neste artigo, trouxemos informações necessárias para sanar sua dúvidas sobre este assunto. 

Tem interesse no tema? Continue lendo! 

bloqueadores neuromusculares

O que é o bloqueio

O bloqueio neuromuscular é usado quando há necessidade de se fazer um procedimento cirúrgico.

Ele permite que os músculos dos pacientes fiquem relaxados, facilitando a intubação endotraqueal pelo afrouxamento das cordas vocais.

O bloqueio produz relevantes condições cirúrgicas em vários procedimentos, pois permite, também, o relaxamento de músculos do abdome e do diafragma. Isso possibilita que menores concentrações de anestésicos sejam administradas. 

Os bloqueadores neuromusculares atuam em receptores nicotínicos da junção neuromuscular, prejudicando a transmissão do impulso nervoso e resultando no relaxamento da musculatura.

Por outro lado, eles não promovem o alívio da dor, assim como não possuem função amnésica.

Os BNMs podem ser classificados em agonistas (bloqueadores neuromusculares despolarizantes) e antagonistas (bloqueadores neuromusculares não despolarizantes ou adespolarizantes).

O suxametônio é o bloqueador despolarizante atualmente disponível e ele age como agonista da acetilcolina no receptor nicotínico. 

Sua função é causar uma despolarização mais prolongada da placa motora – ao contrário daqueles com curta duração – e levar a uma insensibilidade dos canais iônicos, o que permite o bloqueio neuromuscular.

O procedimento, por sua vez, pode apresentar efeitos problemáticos, como:

Os BNMs adespolarizantes agem como competidores diretos com a acetilcolina pelos sítios de ligação dos receptores nicotínicos, prevenindo a ligação entre o neurotransmissor e o receptor. 

A ligação deles ao receptor é reversível e eles podem causar:

  • Anafilaxia;
  • Curarização Residual;
  • Aplicação Incidental.

Tipos de bloqueadores neuromusculares no Brasil

No Brasil, os principais BNMs utilizados em procedimentos cirúrgicos eletivos são o rocurônio, atracúrio e cisatracúrio. 

No caso das cirurgias de emergência, os mais utilizados são succinilcolina e rocurônio.

A succinilcolina resulta em bloqueio de fase I, que é definido pela ausência de fadiga e de potencialização pós-tetânica à estimulação de nervo periférico.

Já o bloqueio de fase II, pode ocorrer após grandes ou repetidas doses de succinilcolina. Nele, o bloqueio neuromuscular é prolongado e a estimulação do nervo periférico resulta em fadiga da resposta de estímulos e potenciação pós-tetânica.

Quando utilizá-los

Os bloqueadores neuromusculares são utilizados em procedimentos cirúrgicos, eletivos e de emergência, além de muito importantes para a prática anestésica, pois permitem que o corpo do paciente esteja bem preparado para passar pela cirurgia.

Eles devem ser administrados por anestesistas capacitados, pois apresentam alta incidência de efeitos adversos.

Apesar das vantagens, a manutenção de BNM pode causar uma série de complicações, como: anafilaxia, uso incidental em pacientes sem hipnose adequada, complicações respiratórias, etc.

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