Dica do Instrutor
O que é assistolia?
12 de agosto de 2020

Assistolia é um termo técnico que designa ausência ou baixíssima frequência de qualquer atividade elétrica, contrações cardíacas ou ritmos cardíacos. Ela é um dos critérios para definição de morte clínica.

Na assistolia, o eletrocardiógrafo não consegue captar atividades elétricas, uma vez que o sistema elétrico e as células musculares do coração deixam de funcionar. Ela é precursora do encerramento do fluxo sanguíneo e consequente morte, mas pode ser revertida, desde que o procedimento correto seja feito rapidamente.

No presente artigo, vamos apresentar as principais causas da assistolia, seus sintomas, diagnóstico e tratamentos.

Boa leitura!

assistolia

Assistolia: porque ocorre, sintomas, diagnóstico e tratamentos

De modo geral, a assistolia pode ser dividida em duas: assistolia primária, quando as células cardíacas deixam de operar processos metabólicos, e secundária, originada de problemas sistêmicos ou de doenças cardíacas.

Ela pode se derivar de quadros de privação de oxigênio, overdose, pico no volume de potássio, indução anestésica, hipóxia e distúrbios hidroeletrolíticos

Situações como bradicardia progressiva, fibrilação ventricular, forte estímulo do nervo vago (originados de vaso espasmo de artérias coronárias, sangramento intracerebral e raquidiana ouintubação orotraqueal) também podem progredir para assistolia.

Antes do evento, alguns sintomas podem ser observados:

  • Ritmo cardíaco irregular (o padrão eletrocardiográfico se mostra isoelétrico, apresentando uma linha reta ou raras ondulações);
  • O paciente reclama de forte aperto no peito e, em seguida, apresenta perda de pulso e respiração.

Diagnóstico e tratamento da assistolia

É importante observar que quadros de assistolia implicam em atividade elétrica sem pulso, uma vez que não há débito e contrações cardíacas. Por outro lado, é possível que algum sinal atrial possa se destacar no monitor, tais como eventos que indicam a paralisação ventricular – ondas P sem complexo QRS.

O tratamento depende da causa

As manobras de ressuscitação cardiopulmonar devem ser iniciadas imediatamente, com uso de desfibrilador em assistolias que não sejam de origem metabólicas, como ataque cardíaco. O uso de desfibrilador em assistolias metabólicas não é recomendado, uma vez que pode prejudicar ainda mais o coração.

Até que seja dada entrada do paciente em um ambiente hospitalar, ou até que chegue o desfibrilador, são administrados medicamentos para estimular o coração. Dentre os fármacos mais utilizados estão a vasopressina, atropina e epinefrina injetáveis.

Massagens cardíacas e compressões torácicas podem ser usadas para pressionar o movimento sanguíneo. Da mesma forma, intensivistas podem tentar a técnica de estimulação, que visa trazer de volta o ritmo regular por meio de pequenos pulsos elétricos.

Em alguns casos, ainda, médicos podem optar pelo resfriamento do corpo, prática que diminui a demanda por energia e ajuda a ganhar tempo no tratamento.

A grande preocupação durante a assistolia é a falta de oxigênio no cérebro, uma vez que o coração não está bombeando sangue. 

Portanto, quando a cessação da parada cardíaca permanece por 15 minutos ou mais, é considerado que o paciente está clinicamente morto. 

Isso acontece porque o tempo em que o cérebro ficou sem oxigênio é muito longo e, mesmo com a recuperação cardíaca, as sequelas podem ser irreversíveis. De toda forma, as tentativas de ressuscitação não param até que se esgotem todas as possibilidades.

Assistolia é um dos temas do Curso Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS), ministrado e criado pela Somiti. Conheça!

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